25 de fev. de 2011

Pontes entre nós.

«E deixava a vida fluir, esquecia-me dos teus defeitos e tu dos meus e com o tempo aprenderíamos a viver um com o outro sem nos cansarmos, sem nos magoarmos, sem sombras nem equívocos.
Se eu pudesse, levava-te agora para casa, sentávamo-nos à lareira a conversar e explicava-te porque é que um dia reparei que existias e sem querer me esqueci do meu coração entre os teus dedos.
Se eu pudesse...mas não posso, porque ninguém caminha sozinho, uma ponte só se constrói se as duas margens deixarem e o rio só corre se a corrente o empurrar. E eu não sou mais que uma gota de água nesse rio parado, uma peça perdida de uma ponte desmantelada, um mapa riscado que se esqueceu de todos os caminhos, uma folha em branco que perdeu a caneta, um estandarte sem bandeira, uma voz sem som, uma mão sem a outra. Falta-me a tua voz, o teu desejo, o teu querer, o teu poder. Falta-me uma parte de mim que te dei e que agora já não podes devolver.
Um dia havemos de nos entender.»

Lembras-te de “Eu e tu, perdidos e sós, amantes distantes, que nunca caiam as pontes entre nós”? Lembro-me do sorriso que me deixaste estampado no rosto, lembro-me das recordações todas que me passaram pela cabeça e lembro-me que aquilo que nos unia era forte, forte demais para algum dia cair. Gosto mesmo muito de ti ♥

23 de fev. de 2011

#15 LETTER TO THE PERSON YOU MISS THE MOST

Melhor amigo,
És a minha bóia de salvação, não há nada que te caracterize melhor.
Como qualquer amizade sempre tivemos os nossos momentos difíceis, ataques de ciúmes... sei lá... medo, distância... uma infinidade de coisas. Ultrapassámos? Sempre!
Conheces-me tão bem. Diria até, como a palma das tuas mãos.
Tenho muitas saudades de te ouvir rir.
O papel que tens na minha vida? É o mesmo de sempre, o mesmo que tens desde os meus nove anos.
Odeio quando és casmurro. Odeio quando és orgulhoso. Odeio quando não estás aqui. Odeio não contar-te a minha vida, todos os dias, como o fazíamos antes.
Adoro quando fazes os meus olhos brilharem. Adoro quando me fazes sorrir. Adoro a tua gargalhada. Adoro quando me telefonas. Adoro quando tens ciúmes. Adoro quando me fazes perguntas. Adoro quando contas piadas, às quais sou a única que acho graça. Adoro lembrar-me do nosso primeiro beijo. Adoro dizer que foste o meu primeiro namorado. Adoro quando me contas as tuas peripécias. Adoro abraçar-te. Adoro ouvir a tua voz. Adoro… a forma como me orgulho de ti.
Nós temos aquele tipo de amizades em que não precisamos de estar juntos todos os dias, em que podem passar semanas e semanas, e nada se altera. O teu papel é o teu papel, o meu papel é o meu papel, e saber que ninguém o irá ocupar é a melhor sensação do mundo. Quando me telefonas, eu sorrio e os meus olhos brilham de uma forma inexplicável. Porque percebo que a definição de “nós” não se alterou, e isso faz-me sentir tão bem.



Obrigada pelos melhores seis anos de sempre, Rui <3

21 de fev. de 2011

#14 LETTER TO SOMEONE YOU'VE DRIFTED AWAY FROM

Simples. Dois nomes vieram-me ao pensamento neste momento. Dois nomes únicos, distintos e perfeitos. Apesar disso, vai ser a carta mais difícil de ser escrita.
Renata e Anabela,
Nunca ninguém me conseguiu, até hoje, fazer soltar gargalhadas como as que soltava quando estávamos juntas. Nunca.

Lembram-se de «A água do mar dá uma moca do caralh*»? Lembram-se de «Querem que este reformado novo vos tire uma fotografia?»? Lembram-se dos gelados de quatro bolas? Lembram-se das fotos desprevenidas? Lembram-se das sombras? Lembram-se das tardes a comer bolachas do Lidl? Lembram-se do grande mergulho de roupa? Lembram-se das piadas? Lembram-se das confissões, dos segredos e das cumplicidades? Lembram-se dos medos, das inseguranças? Lembram-se dos abraços, dos fortes apertos de mão? Lembram-se das cusquices, das más-línguas? Lembram-se das sessões de cinema, das pipocas? Eu nunca esqueci.
Aí éramos nós. Fácil. Sem complicações. Sem barreiras. Sem mas nem porquês. O que tínhamos movimentava-se a largos passos, dada a maturidade e a alma que depositávamos.
Mas tudo mudou. Pela força das circunstâncias. Ou, se calhar, por outro motivo qualquer. Houve um dia em que eu percebi que não estávamos tão perto como costumávamos estar e, provavelmente, nunca estaríamos novamente. Isso doeu. Doeu de verdade.
O que havia perdeu-se. Promessas quebraram-se. Ficaram as recordações. Só.
Acima de qualquer outra coisa, o que mais queria era que voltasse a dar certo, como deu durante tantos anos.
No meu coração há um lugar só vosso.
Olhem… se a carta fosse de papel… neste momento estava borratada com as minhas lágrimas estúpidas que teimam em cair.
P.S. Lembro-me de vocês todos os dias. Não se esqueçam disso.


«Ás vezes é preciso se afastar das pessoas que você ama, mas isso não quer dizer que você os ama menos, às vezes, você os ama ainda mais.» 
 













(As fotos não são as mais bonitas, mas o sentimento era o mais puro.)

20 de fev. de 2011

#13 LETTER TO SOMEONE YOU WISH COULD FORGIVE YOU


Não me surgiu ninguém certo para esta carta. Surgiu-me “alguém’s”. Esta é para todos os que estão na minha vida desde sempre, para aqueles que me ouvem todos os dias, que me conhecem como a palma das mãos. É, ao mesmo tempo, para aqueles que estão na minha vida há meses, semanas ou até dias.
Peço desculpa pelos dias de mau humor, pelas coisas ditas de cabeça quente e pelas respostas frias nos dias menos bons. Desculpem pelos ciúmes, pelas inseguranças, pelas paranóias, pelas palavras erradas, pela exigência, pela implicância e pelas birras sem nexo. Desculpem pela imaturidade, pela inconsciência, pelos impulsos, pela teimosia, pela imensidão de imperfeições. Desculpem pelos abraços que me fizeram chorar baba a ranho, desculpem pela fraqueza em momentos difíceis, desculpem por não ter correspondido às vossas expectativas, desculpem pelos afastamentos, e afins.
Gostava de passar uma borracha por cima de tudo isto, mas não posso. Obrigada por nunca me deixarem cair, por nunca me virarem as costas mesmo conhecendo toda a dificuldade que deposito em várias coisas.
Já perdoei erros quase imperdoáveis, obrigada por fazerem o mesmo.

«O maior erro que você pode cometer é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum.»