21 de fev. de 2011

#14 LETTER TO SOMEONE YOU'VE DRIFTED AWAY FROM

Simples. Dois nomes vieram-me ao pensamento neste momento. Dois nomes únicos, distintos e perfeitos. Apesar disso, vai ser a carta mais difícil de ser escrita.
Renata e Anabela,
Nunca ninguém me conseguiu, até hoje, fazer soltar gargalhadas como as que soltava quando estávamos juntas. Nunca.

Lembram-se de «A água do mar dá uma moca do caralh*»? Lembram-se de «Querem que este reformado novo vos tire uma fotografia?»? Lembram-se dos gelados de quatro bolas? Lembram-se das fotos desprevenidas? Lembram-se das sombras? Lembram-se das tardes a comer bolachas do Lidl? Lembram-se do grande mergulho de roupa? Lembram-se das piadas? Lembram-se das confissões, dos segredos e das cumplicidades? Lembram-se dos medos, das inseguranças? Lembram-se dos abraços, dos fortes apertos de mão? Lembram-se das cusquices, das más-línguas? Lembram-se das sessões de cinema, das pipocas? Eu nunca esqueci.
Aí éramos nós. Fácil. Sem complicações. Sem barreiras. Sem mas nem porquês. O que tínhamos movimentava-se a largos passos, dada a maturidade e a alma que depositávamos.
Mas tudo mudou. Pela força das circunstâncias. Ou, se calhar, por outro motivo qualquer. Houve um dia em que eu percebi que não estávamos tão perto como costumávamos estar e, provavelmente, nunca estaríamos novamente. Isso doeu. Doeu de verdade.
O que havia perdeu-se. Promessas quebraram-se. Ficaram as recordações. Só.
Acima de qualquer outra coisa, o que mais queria era que voltasse a dar certo, como deu durante tantos anos.
No meu coração há um lugar só vosso.
Olhem… se a carta fosse de papel… neste momento estava borratada com as minhas lágrimas estúpidas que teimam em cair.
P.S. Lembro-me de vocês todos os dias. Não se esqueçam disso.


«Ás vezes é preciso se afastar das pessoas que você ama, mas isso não quer dizer que você os ama menos, às vezes, você os ama ainda mais.» 
 













(As fotos não são as mais bonitas, mas o sentimento era o mais puro.)

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